Medico cirúrgico: O que são fraturas?

Medico cirúrgico: O que são fraturas?

As fraturas são lesões nos ossos que causam a interrupção da continuidade dessas estruturas.

Fratura é uma ruptura total ou parcial de um osso do corpo. A maioria dessas quebras ou fissuras resulta da aplicação de força substancial sobre o osso normal.

Elas ocorrem devido a impactos ou sobrecarga, como em caso de pancadas ou quedas, causando sintomas como inchaço intenso, dor e, nos casos mais graves, ferimentos visíveis na pele provocados pelas partes rachadas dos ossos.

Sinais e sintomas das fraturas

Com frequência, o corpo envia alguns sinais e sintomas quando existe a presença de fraturas, como:

*      Dor forte, inchaço, (edema) no local da lesão, vermelhidão

*      Sangramento no ferimento, aumento da temperatura na região

*      Dormência e formigamento da área, deformidade na região

*      Hematomas, incapacidade total ou parcial param movimentar a área machucada.

Classificação das fraturas

A classificação quando ao isolamento são: expostas e fechadas:

Fratura exposta: o osso quebrado lesionou a pele e está exposto ao ambiente.

Fratura fechada: a pele fica intacta, ou seja, o osso não fica exposto ao ambiente. Esse tipo de fratura não é identificado tão facilmente, uma vez que não há a exposição do osso.

Classificação da fratura quando o traço de fratura

A.     Simples: quando é único traço,

B.     Fratura cominutiva: são vários traços de fratura, separando o osso em vários fragmentos. É produzida por um traumatismo directo muito violento.

C.     Fratura transversal- é produzida geralmente por uma força que causa flexão, aplicada diretamente na fratura.

D.    Fratura oblíqua- é geralmente produzida por um mecanismo de torção

E.     Fratura espiralada- é produzida por uma força de torção ou de rotação, geralmente do tipo indireto.

Os tipos de fraturas

Existem vários tipos de fraturas, cada uma com características específicas. Aqui estão alguns dos principais tipos de fraturas.

“As fraturas podem ser classificadas em diferentes tipos, como fraturas completas ou incompletas, fraturas expostas, onde o osso fica em contato com o exterior) e fraturas de stress (causadas por pequenos traumatismos repetitivos” (Souza & Pereira, 2021, p: 130).

1.       Fratura completa: o osso se parte em dois ou mais pedaços.

2.      Fratura incompleta: o osso não se parte completamente, permanecendo conectado.

3.      Fratura simples: o osso quebra, mas não perfura a pele.

4.      Fratura cominutiva: o osso se quebra em várias partes.

5.      Fratura impactada: as partes quebradas do osso são empurradas uma contra a outra.

6.      Fratura espiral: ocorre quando há uma torção do osso.

7.      Fratura exposta: o osso quebrado perfura a pele, criando uma ferida aberta.

8.     Fratura de compressão: ocorre nos ossos da coluna vertebral e são esmagados.

9.      Fratura em galho verde: comum em crianças, onde o osso se dobra e quebra parcial.

10.  Fratura patológica: causada por uma doença que enfraquece os ossos, como a osteoporose.

As causas e factores de risco de fraturas

*      Acidentes de trânsito ou de trabalho: impactos fortes e súbitos podem causar fraturas.

*      Quedas ou pancadas: um tombo ou uma batida forte pode resultar em ossos quebrados.

*      Prática de esportes: atividades esportivas, especialmente as de alto impacto, podem levar a fraturas.

*      Agressão física: golpes ou violência física podem causar fraturas.

*      Sobrecarga no osso: movimentos repetitivos ou fadiga muscular podem enfraquecer os ossos, levando a fraturas.

*      Problemas de saúde: condições como osteoporose, osteopenia, tumores ósseos ou doenças como a osteogênese imperfeita (doença dos ossos de vidro) podem tornar os ossos mais suscetíveis a fraturas mesmo com impactos menores.

Medidas de prevenção das fraturas

Algumas medidas simples ajudam a prevenir acidentes capazes de resultar em fraturas, os seguintes:

*      Manter a prática regular de atividade física para reforçar a musculatura e o equilíbrio

*      Consultar o oftalmologista regularmente para ter a saúde ocular em dia

*      Manter os ambientes iluminados

*      Obedecer às leis de trânsito

*      Evitar andar sobre superfícies húmidas, molhadas ou enceradas

*      Avaliar os pisos e providenciar a substituição de pedaços soltos ou quebrados

*      Procurar manter as áreas de circulação livre de móveis e evitar tapetes soltos

*      Utilizar tapetes antiderrapantes no banheiro e cozinha

*      Colocar corrimão e sinalização de degraus em escadas

*      Consumir álcool moderadamente

Exame de diagnóstico de fratura

Geralmente, com o relato do paciente e uma avaliação física é possível concluir o diagnóstico. No entanto, é necessário um Radiografia ou Raio-x para informar como se encontra a fratura e para imobilização. Dependendo do caso, outros exames podem ser solicitados pelo médico, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.

“O diagnóstico é feito através do histórico de pancadas, acidentes ou quedas, exame físico do membro afetado, e exames de imagem como raio-X, ressonância magnética ou tomografia computadorizada” (Souza & Pereira, 2023).

Tratamento de fratura

O tratamento para fraturas inclui diversos fatores, que vão interferir com o tempo de consolidação, alguns dependentes da fratura (osso afetado, localização, tipo de fratura, etc.), outros do doente (idade, estado nutricional, doenças associadas). Algumas opções envolvem:

*      Imobilização com o uso de tala e gesso;

*      Redução fechada;

*      Medicamentos;

*      Aplicação de gelo;

*      Cirurgia.

Imobilização é um método comum de tratamento para fraturas simples, onde o osso é mantido imóvel para possibilitar a cura. Isso pode ser feito com o uso de gesso, tala ou órtese. O tempo de imobilização varia de acordo com a gravidade da fratura, mas pode levar semanas ou meses.

A redução fechada é um procedimento não cirúrgico onde o médico manipula manualmente o osso de volta à sua posição correta e o imobiliza com gessos ou talas moldadas. Medicamentos também são receitados para aliviar a dor e reduzir a inflamação.

A aplicação de gelo pode ser útil por um período de tempo após a fratura, já que ele diminui a dor e o inchaço, até que haja atendimento médico.

Cirurgia só é recomendada em casos de fraturas mais graves ou instáveis. Durante o procedimento, o osso é realinhado e fixado com placas, parafusos ou pinos, ajudando a estabilizar e posicionar os fragmentos, causando o processo de cicatrização e reduzindo a dor.

Em casos de fratura no cóccix, é comum que o tratamento envolva medidas conservadoras, como recursos da fisioterapia especializada, que podem ajudar os pacientes. Existem também os casos de fratura peniana durante o ato sexual. O tratamento para fratura peniana pode ser resolvido com medicamentos e antibióticos, em casos de fraturas pequenas. Em casos que seja necessária a cirurgia, o paciente deve usar gelo constantemente na região, tomar remédios que inibem a ereção noturna involuntária e não ter contato íntimo por cerca de 4 a 6 semanas.

Cuidados de enfermagem de fraturas

Os cuidados de enfermagem para pacientes com fratura incluem:

*      Verificar os sinais vitais, com especial atenção ao pulso do membro fraturado 

*      Limpar a área da lesão com soro fisiológico 0,9% e cobri-la 

*      Manter o membro afetado em repouso, numa posição natural e confortável 

*      Imobilizar as articulações que ficam acima e abaixo da lesão, com o uso de talas 

*      Verificar a cor do membro afetado para verificar se tem circulação sanguínea normal,

*      Manter o material de ortopedia em local de fácil acesso 

*      Aguardar orientação do enfermeiro responsável ou equipe atuante 

*      Trocar curativo cirúrgico e descrever seu aspecto 

*      Atentar para sinais de complicações, principalmente infecção 

*      Avaliar e registrar características da dor 

Uma fratura é a ruptura de um osso, que geralmente resulta de uma força importante aplicada sobre o osso. As extremidades, a coluna e a pelve podem ser afetadas.

Complicação das fraturas

*      Relacionadas com a própria fratura,

*      Infecção,

*      Atraso na consolidação,

*      Pseudartrose,

*      Consolidação viciosa,

*      Encurtamento,

*      Lesões de grandes vasos sanguíneos,

*      Lesões nervosas,

*      Lesões tendinosas,

*       Embolia gorda

CONCLUSÃO

As fraturas ósseas são uma condição médica comum que pode resultar de traumas, quedas, acidentes ou condições patológicas como a osteoporose. A classificação das fraturas é variada, incluindo fraturas simples, compostas, transversais, oblíquas, espirais, entre outras. Cada tipo de fratura requer uma abordagem específica de tratamento, que pode variar desde a imobilização com gesso até intervenções cirúrgicas complexas.

O diagnóstico preciso é fundamental e geralmente envolve exames de imagem, como radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. O tratamento adequado visa não apenas a consolidação óssea, mas também a restauração da função e a prevenção de complicações, como infecções ou deformidades permanentes.

Avanços recentes na medicina, como o uso de biomateriais, terapias celulares e técnicas minimamente invasivas, têm melhorado significativamente os resultados clínicos. Além disso, a reabilitação pós-fratura desempenha um papel crucial na recuperação, ajudando os pacientes a recuperar a mobilidade e a força muscular.

A prevenção de fraturas também é um aspecto vital, especialmente em populações vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças ósseas. Medidas preventivas incluem a promoção de uma dieta rica em cálcio e vitamina D, exercícios físicos regulares para fortalecer os ossos e a musculatura, e a adoção de práticas seguras no dia-a-dia para evitar quedas e acidentes.

Em resumo, a gestão eficaz das fraturas envolve uma abordagem multidisciplinar que combina diagnóstico preciso, tratamento adequado, reabilitação e prevenção. Com os avanços contínuos na pesquisa e na prática clínica, espera-se que os resultados para os pacientes com fraturas continuem a melhorar, proporcionando uma melhor qualidade de vida e recuperação mais rápida.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alvim Serra, L. M., Fonseca Oliveira, A., & Costa e Castro, J. (2012): Critérios fundamentais em fraturas e ortopedia, 3ª edição. Lisboa; Porto: Lidel.

Souza & Pereira, (2023): Diagnóstico das fraturas, 4ª edição, São Paulo, Artmed, PP: 24-36.

Sizinio, H. (2009): Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 4ª edição            . Porto Alegre: Artmed.

Sutton, D. (2003): Tratado de radiologia e diagnóstico por imagem. 6ª edição, São Paulo: Revinter.

Bigham-Sadegh, A., & Oryan, A. (2015): Basic concepts regarding fracture healing and the current options and future directions in managing bone fractures. International Wound Journal, 12(3), 238-247.

Postagem Anterior Próxima Postagem